Da Redação | 04/04/2019 13h44
Relatório da ONG Human Rights Watch, alerta Venezuela vive uma crise complexa.
A combinação de grave escassez de medicamentos e alimentos na Venezuela, associada a disseminação de doenças no país, constitui uma emergência humanitária complexa, que requer uma resposta forte do Secretário Geral da ONU, disseram pesquisadores da Faculdade Bloomberg de Saúde Pública da Universidade Johns Hopkins e da Human Rights Watch em relatório de 73 páginas divulgado ontem (dia 3).
O relatório especifica que durante a gestão de Nicolás Maduro, as autoridades venezuelanas, mostraram-se incapazes de conter a crise, e que na realidade, a exacerbaram por meio de esforços para suprimir informações sobre a escala, e a urgência dos seus problemas, segundo diz o relatório.
O relatório, “Venezuela’s Humanitarian Emergency: Large-Scale UN Response Needed to Address health and food crises”, (“Emergência Humanitária na Venezuela, sugere uma resposta em grande escala da ONU, se faz necessária para enfrentar “a crise de saúde e alimentos”, devido o aumento do número de mortes.
A disseminação sem controle de doenças evitáveis por vacinas, como o sarampo e a difteria; e aumentos acentuados na transmissão de doenças infecciosas, como malária e tuberculose. Os dados disponíveis mostram altos níveis de insegurança alimentar e desnutrição infantil, bem como de internações hospitalares de crianças desnutridas.
O sistema de saúde da Venezuela está em total colapso segundo o relatório, o que, somado com a escassez generalizada de alimentos, está aumentando o sofrimento e colocando ainda mais venezuelanos em risco.
No mês passado (março), a Cruz Vermelha internacional, anunciou que aumentaria sua presença na Venezuela para cobrir as necessidades de 650.000 pessoas. Mas dados extra-oficiais indicam que na realidade aproximadamente 7 milhões de venezuelanos precisam de ajuda.
O RELATÓRIO
Especialistas da Human Rights Watch, do Centro de Saúde Humanitária e do Centro de Saúde Pública e Direitos Humanos da Faculdade Bloomberg de Saúde Pública da Universidade Johns Hopkins entrevistaram mais de 150 pessoas para o relatório. Elas incluem profissionais de saúde, venezuelanos recém-chegados à Colômbia e ao Brasil buscando ou precisando de cuidados médicos ou alimentos, representantes de organizações humanitárias internacionais e não-governamentais, funcionários da Organização das Nações Unidas e funcionários do governo brasileiro e colombiano. Os pesquisadores também analisaram dados sobre a situação dentro da Venezuela de fontes oficiais, hospitais, organizações internacionais e nacionais, e organizações não-governamentais. A pesquisa durou um ano.
Fonte: Edição Redação do Relatório Human Rights Watch divulgado dia 03/04/2019.